A história de uma sessão newborn que quase, quase, não ia acontecendo...

Se alguma coisa distingue o fotógrafo é o olhar e o coração... Quando se fala na sessão em exterior, na sessão mais natural, nas expressões genuínas captadas de forma descontraída, esquecemos um ponto essencial: a comunicação. E acrescento: entender quem se entrega nas nossas mãos.

Foi esse entendimento que fez acontecer esta linda sessão newborn da Helena, com 16 dias! E ao observar em silêncio, com tranquilidade o resultado da sessão, eu acho que valeu mesmo!

Receber, no estúdio, uma família para uma sessão pré-mamã é sempre um momento lindo e especial. Conheci um pouco a história de um casal imigrante, que chega a Portugal e juntos estão a lutar por uma vida melhor e a construir uma família maravilhosa. Nunca esquecerei as palavras da mamã Sirleia, que após o nascimento do primeiro filho, contou como foi ficar em casa sozinha com um bebézinho nos braços enquanto o marido trabalhava.

Viver a maternidade longe da nossa família é duro. Digo que "é" por um motivo muito forte: sou filha de emigrantes e também a minha mãe viveu um parto e uma experiência completamente nova longe da família, dos pais, irmãos, irmã, tias... Durante muitos anos a minha mãe escondeu esses tempos difíceis. Posso tentar imaginar como seria estar num país diferente pela primeira vez, sem dominar a língua, conhecer a cultura, apenas ao lado do marido... Mas não consigo. Então eu tenho imenso respeito por todos os migrantes. 

Depois da sessão pré-mamã desta família, agendamos a sessão da Helena para um sábado de manhã. As horas foram passando e eu pensava: "a sessão não vai acontecer." Chegaram com algumas horas de atraso... já não sei precisar quantas. A família, que viajou a partir de uma cidade próxima de Alcobaça, enfrentou problemas com o automóvel. Quando finalmente entram no estúdio não sabia como reagir. A sessão newbon tem um ritmo, um tempo próprio que é preciso compreender e respeitar. O mais importante é transmitir segurança e conforto ao bebé.

Nesse instante eu pensei: "Hoje não tenho mais trabalhos agendados, este é o Dia da Helena, ficou guardadinho só para ela." Assim, eu sugeri encomendar alguma comida para almoçar no estúdio e ir fazendo a sessão. Família com fome nunca!

Esse foi o Dia da Helena. Quase ia desistindo da sessão... Ainda bem que aconteceu, não acham?

abraço enorme

Aline